Exame de consciência


(Perdão pelos erros de edição que haviam anteriormente. Devo avisar também que o exame abaixo visa ajudar e não atrapalhar, não crie neuroses por causa deste ou daquele ponto, apenas se arrependa sinceramente dos seus pecados. É preciso procurar um Padre para que lhe dirija na vida espiritual.)

Exame de consciência:

Advertência para as almas piedosas que se confessam frequentemente:

Estas pessoas devem ter um cuidado especial em preparar-se para a confissão pelo que diz respeito à contrição e ao bom propósito. Por terem geralmente só pecados leves, facilmente faltam-lhes estas duas condições. Não quero outra prova senão o fato de trazerem aos pés do confessor, anos e anos, sempre as mesmas faltas. Onde não há emenda, não há verdadeira penitência (Santo Agostinho).

Tenham, pois, muito cuidado de se excitar a uma verdadeira contrição, pelo menos de um pecado venial.

Em todo o caso, para ter contrição mais certa e mais intensa, será prudente acrescentar aos pecados cometidos depois da última confissão, um pecado mais grave da vida passada já confessado, porém sem explicação. Bastaria dizer: acuso-me de todos os pecados da vida passada, em particular de ... por exemplo, ter perdido Missa aos domingos, de ter pecado contra a castidade, etc.

Exame de consciência

Advertência:
1º Há obrigação de confessar só os pecados mortais certos. Confessar os pecados veniais ou duvidosos é conselho, mas não é obrigação. As pessoas escrupulosas devem abster-se absolutamente da acusação de suas dúvidas. Quanto às pessoas de consciência relaxada, será prudente exporem suas dúvidas.
2º Para um pecado ser mortal três condições são necessárias: I. que a matéria seja grave e conhecida como tal quando se comete o pecado; II. que haja advertência completa de que aquilo é gravemente mau; III. liberdade completa de agir ou não agir. Faltando uma destas três condições, não há pecado grave.
3º Quem faz uma coisa sem saber ou sem se lembrar que isso é pecado e vem a saber ou a lembrar-se só depois que isso é pecado, não pecou e não tem a obrigação de confessá-lo.
4º Há obrigação de declarar quantas vezes cometeu-se tal e tal pecado mortal; se não se sabe o número exato de vezes, bastará dizer: tantas vezes mais ou menos por ano, por mês, por dia, etc.
5º Quem, depois de um sério exame, esquece um pecado mortal na confissão, não tem obrigação de voltar para confessar-se de novo e pode comungar. O pecado está indiretamente absolvido, mas fica a obrigação de declará-lo na confissão seguinte.

Perguntas preliminares

- Há quanto tempo te confessaste?

- Fizeste uma confissão boa?

- Nota bem: quem não fez confissão boa porque calou um pecado mortal na confissão, ou confessou-se sem contrição, nem firme propósito ou não restituiu o alheio, podendo restituir, ou não fugiu da ocasião voluntária do pecado, ou tornou a cair sempre, sem nenhum propósito sério, deve repetir as confissões passadas e talvez fazer uma confissão geral, isto é, desde a infância, pelo menos desde a primeira confissão.

A confissão geral, sem ser necessária para as pessoas que têm consciência de que sempre se confessaram bem, é de muita utilidade. Têm-se visto muitos cristãos tíbios, fracos na virtude, tornarem-se, depois da confissão geral, verdadeiramente piedosos. É bom, pelo menos uma vez na vida, fazer uma confissãogeral.

I mandamento.

- Tens tido cuidado de aprender o catecismo?

- Tens duvidado das verdades da fé?

- Tens manifestado a outros estas dúvidas?

- Tens lido, guardado ou emprestado livros ou jornais condenados (bíblias protestantes)?

- Tens tratado com hereges ou libertinos em matéria de fé com perigo de perverter?

- Pecaste contra a esperança presumindo salvar-te sem penitência, adiando a confissão para o fim da vida?

- Pecaste, contando com o perdão, como os que dizem: depois irei confessar-me?

- Queixaste-te de Deus?

- Murmuraste contra a sua providência?

- Praticaste superstições, consultando baralhos, espíritas, bruxas, fazendo benzeduras?

II mandamento.

- Juraste o que sabias ser falso ou duvidoso?

- Prometeste com juramento o que não tinhas intenção de cumprir?

- Juraste fazer coisas más?

- Blasfemaste de Deus, dos santos, da Igreja, dos sacramentos, das coisas sagradas?

- Cumpriste tuas promessas?

Nota: Não tens obrigação de cumprir as promessas que outras fizeram por ti: todavia, sendo herdeiro,estás obrigado a cumprir as promessas que os pais tivessem feito antes de morrer, de dar certa quantia paras as boas obras.

III mandamento.

- Deixaste de ouvir a Missa ou impediste que outros a ouvissem aos Domingos e dias santos?

- Chegaste tarde, depois do Evangelho?

Nota: Não peca quem falta à Missa por morar afastado da igreja mais de uma hora de caminho a pé; quem, morando perto, tem de tratar de doente ou crianças; no caso de haver duas Missas, havendo mais pessoas em casa, estas devem se revezar para que todas possam ir à Igreja.

- Trabalhaste ou fizeste trabalhar aos Domingos e dias santos? Sem necessidade? Seria pecado grave trabalhar durante três horas seguidas sem necessidade.

IV mandamento.

Este mandamento encerra os deveres dos filhos, pais, criados, patrões, inferiores, superiores, casados.

- Tens tido ódio aos pais, desejaste-lhes mal, grave, de coração? Ofendeste-os com palavras ou atos? Desobedeceste no que diz respeito aos bons conselhos e ao governo da casa? Deixaste de os socorrer na pobreza, doença, velhice?

- Tens batizado os filhos quanto antes? Tens-lhes ensinado a doutrina? Tens tido o cuidado de eles fazerem a primeira comunhão desde a idade da razão, isto é, sete anos mais ou menos? Tens mandado os filhos a escolas e colégios sem religião? Deixaste-os andar em más companhias, divertimentos ou danças imorais? Tens conservado em casa criadas, criados suspeitos; livros, quadros, jornais ímpios ou indecentes?

- Mãe de família, tens tido toda a vigilância em conservar aos filhinhos a inocência? Onde andam? Com quem brincam? No tempo de noivado tens estado presente quando tua filha recebe a visita do noivo?

- Pais, deixais de corrigir os filhos quando erram? Não os escandalizastes, não cumprindo os deveres religiosos, Missa, Confissão? Não vos permitistes em sua presença palavras, conversas, atos capazes de ofender a sua inocência, sob pretexto de que ainda não compreendem?

* Os servos e patrões devem examinar-se sobre os mesmos pontos.

- Homem casado, deixaste liberdade à tua esposa e a ajudaste para que cumprisse seus deveres religiosos? Não a maltrataste, injuriando-a ou batendo-lhe? Deixaste-lhe faltar o necessário?

- Mulher casada, obedeceste ao marido em tudo quanto pede a razão e a justiça? Não lhe fizeste raiva?Despesas exageradas? Não procuraste, por falta de confiança em Deus, por amor da vaidade e do prazer, limitar o número dos filhos por meios que a moral cristã reprova?

V mandamento.

- Não tens tido ódio ao próximo, desejo de vingança, de morte? Disseste-lhe palavras injuriosas?

- Tens recusado reconciliar-te?

- Tens convidado ou incitado outros ao pecado?

- Tens sido causa de que outros pecassem?

VI e IX mandamentos.

- Tens te demorado voluntariamente em pensamentos desonestos?

- Tens tido desejos ruins, embora não chegasses a executá-los?

- Tens olhado para coisas desonestas?

- Tens mostrado a outras pessoas coisas indecentes, gravuras, fotografias imorais?

- Tens tido conversas escandalosas ou as tens escutado com prazer?

- Tens frequentado danças, cinemas, espetáculos livres?

- Tens lido ou emprestado livros ou revistas imorais?

- Tens praticado alguma ação desonesta, só ou com outra pessoa?

- Tens faltado ao pudor à vista de outras pessoas?

- Tens ensinado o pecado a outros?

- Tens te gabado pelos pecados cometidos?

VII e X mandamentos.

- Tens furtado? Que foi? Quantas vezes?

- Entregaste ao dono o objeto achado? Fizeste diligência para o descobrir?

- Roubaste em negócios, no peso, na medida, na qualidade, no preço?

- Pagaste tuas dívidas?

- Restituíste o alheio?

- Servo, jornaleiro, deste ao patrão o serviço que deves? Não deste, entregaste ou deixaste roubar o que era dele?

- Administrador, tens administrado com consciência? Não tens deixado defraudar, deteriorar, perder os bens públicos ou das instituições pias ou dos órfãos?

VIII mandamento.

- Juraste ou fizeste alguém jurar falso? Com prejuízo do próximo?

- Falsificaste escrituras?

- Mentiste ou fizeste intrigas? Com dano para o próximo?

- Murmuraste do próximo, infamando-o, manifestando faltas ou defeitos ocultos?

- Infamaste aos sacerdotes, procurando assim prejudicar a Religião?

- Escutaste com prazer a murmuradores?

* Examina-te ainda se observaste a abstinência e o jejum da Igreja, se te embriagaste, se por preguiça descuidaste gravemente as tuas obrigações. Examina-te principalmente sobre as obrigações de estado, ofício, emprego.

Feito o exame de consciência, lembrando na medida do possível o número de pecados mortais, excita-te à contrição.

Modo de confessar-se:

Ao chegar, ajoelhado, faze o sinal da cruz e pede a bênção por estas palavras:

- Dai-me a bênção, reverendíssimo padre - e reza Eu pecador - como segue:

Eu, pecador, me confesso a Deus todo-poderoso, à Bem-Aventurada sempre Virgem Maria, aoBem-Aventurado São Miguel Arcanjo, ao Bem-Aventurado São João Batista, aos Santos ApóstolosSão Pedro e São Paulo, a todos os santos, e a vós padre, que pequei muitas vezes por pensamentos,palavras e obras, por minha culpa, minha culpa, minha grande culpa.

Chegado aqui, dize: Meu pai, abençoai-me por que pequei. Depois dize quando te confessaste pela última vez e acusa os pecados: Meu pai, acuso me de...

Concluída a acusação acrescente:

De todos estes pecados e de todos os de que não me lembro, peço a Deus perdão, e a vós, padre a penitência e a absolvição, se julgares conveniente. Portanto, peço e rogo à Bem-Aventurada sempreVirgem Maria, ao Bem-Aventurado São João Batista, aos Santos Apóstolos São Pedro e São Paulo, atodos os santos, e a vós, padre, que rogueis a Deus, Nosso Senhor, por mim.

Acabado isto, ouve com atenção os conselhos e as observações do confessor, aceita com humildade apenitência que te prescrever; e, enquanto o padre te vai dar a absolvição, arrepende-te de novo dos teuspecados, dizendo do íntimo do coração o um ato de contrição breve

Ao depois te levantarás, agradecendo ao confessor, e irás sem demora, cumprir tua penitência com toda devoção possível.


(FIM)


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